Os ideais de liberdade e igualdade defendidos pelos filósofos iluministas do século XVIII, como Montesquieu, Rousseau e Voltaire, ecoaram por todo o mundo, inspirando movimentos de independência em diversas partes do globo. Na América Latina, as elites coloniais, ávidas por autonomia política e econômica, viram nos princípios do Iluminismo a oportunidade perfeita para se libertar do domínio das metrópoles europeias.
No final do século XVIII e início do XIX, a Europa vivia um período turbulento. As Guerras Napoleônicas fragilizaram o poder das metrópoles, criando um vácuo de poder que as elites coloniais aproveitaram para declarar sua independência. Na América Espanhola, por exemplo, a população se uniu às elites na luta contra a ocupação francesa da Espanha, proclamando a independência logo após a derrota de Napoleão.
Embora os ideais de liberdade e igualdade fossem propagados, as elites coloniais não buscavam uma transformação social profunda. Seu objetivo principal era se libertar do controle das metrópoles e ter autonomia para gerir seus próprios negócios, livres das amarras do colonialismo. Após a conquista da independência, formaram-se países onde a aristocracia monopolizava o poder político e econômico, perpetuando a desigualdade social e a dependência em relação aos centros de desenvolvimento capitalista da época.
Enquanto a América Latina lutava por sua independência, os Estados Unidos se concentravam em seu desenvolvimento interno. Através da expansão territorial e da industrialização, o país se consolidou como uma potência econômica no século XIX. No entanto, essa prosperidade era desigual. O Norte industrializado prosperava, enquanto o Sul agrário, baseado na escravidão, via seu desenvolvimento limitado. Essa discrepância gerou sucessivos conflitos entre as regiões, culminando na Guerra Civil Americana (1861-1865).
A vitória do Norte na Guerra Civil foi crucial para o desenvolvimento do capitalismo norte-americano. Com o fim da escravidão e a unificação do país, o caminho estava livre para a expansão industrial e a consolidação dos Estados Unidos como potência mundial no final do século XIX.
A influência dos ideais iluministas foi fundamental para os movimentos de independência na América Latina e para o desenvolvimento dos Estados Unidos. No entanto, as diferentes realidades socioeconômicas e os interesses das elites coloniais resultaram em trajetórias distintas para cada região.