O capitalismo é um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção e na livre iniciativa. Ele surgiu na Europa no final da Idade Média, a partir de uma série de transformações sociais, econômicas e políticas. A primeira etapa da formação do capitalismo foi a desintegração do feudalismo.
O feudalismo era um sistema econômico e social baseado na propriedade coletiva da terra e na servidão. A partir do século XVI, o feudalismo começou a se desintegrar devido a uma série de fatores, como o crescimento do comércio, o desenvolvimento da manufatura e as revoltas camponesas. Neste contexto passamos pelo Renascimento Cultural, Reformas Religiosas, a formação de Estados Nacionais através das Monarquias Absolutistas, a formação do Mercantilismo e as Grandes Navegações.
A partir dessas transformações históricas ocorridas a partir do século XVI, a segunda etapa da formação do capitalismo foi o desenvolvimento do comércio. O comércio foi fundamental para a formação do capitalismo, pois permitiu a circulação de mercadorias e a acumulação de capital. O comércio marítimo foi particularmente importante, pois permitiu o contato com novas culturas e mercados. Nesta etapa ouro, prata, pedras preciosas, especiarias, madeiras, animais, e escravos humanos se tornaram produtos importantes para gerar a acumulação de capital, e com ela o desenvolvimento de corporações de ofício, e a ampliação do mercado de produtos e serviços. Durante esta fase se fortalece a classe burguesa que além de dominar o comércio, passa a influenciar e interferir no poder econômico das monarquias.
A terceira etapa da formação do capitalismo foi o desenvolvimento da manufatura. A manufatura é a produção de bens por meio de um processo dividido em etapas, cada uma realizada por um trabalhador especializado. A manufatura surgiu no século XVI e se desenvolveu rapidamente no século XVIII, impulsionada pelo desenvolvimento da tecnologia. Durante esta fase ocorrem as Revoluções Burguesas, sendo elas as Revoluções Inglesas, o Iluminismo, A Independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa, pondo fim ao absolutismo, e a Revolução Industrial, marcando o predomínio do poder da burguesia sobre o controle da economia.
A quarta etapa da formação do capitalismo foi a Revolução Industrial. A Revolução Industrial foi um período de grandes transformações econômicas, sociais e tecnológicas que ocorreram na Europa no século XVIII. A Revolução Industrial foi impulsionada pelo desenvolvimento da máquina a vapor, que permitiu a mecanização da produção industrial. Durante o século XX as consequências das transformações históricas da ascensão da burguesia, transformação do modo feudal no mercantilismo, liberalismo e capitalismo, e as necessidades de serviços, e mercadorias em uma sociedade de consumo produziu diversos conflitos e problemas sociais. Vamos ter nesta etapa o surgimento do evolucionismo e darwinismo social, ocasionando o racismo e com ele a escravização e marginalização dos povos não europeus. Vamos ter os embates neocolonialistas que vão eclodir junto aos nacionalismos na primeira e segunda guerra mundial. O mundo vai ter a maior crise capitalista e ao mesmo tempo o surgimento de um novo modelo de Estado e sociedade pautadas no comunismo a URSS. Assim o mundo se vê dividido em sociedades que adotaram dois modelos de modo de produção e ordenamento social.
Uma sociedade de economia capitalista é baseada no livre mercado. Isso significa que as empresas competem livremente entre si para fornecer bens e serviços aos consumidores, e o preço dos bens e serviços é determinado pela oferta e demanda, ou por cartéis, trustes, holdings e monopólios, ou até mesmo através de convenções coletivas em combinações em associações comerciais.
O papel do Estado em uma sociedade capitalista é garantir a ordem e a estabilidade, bem como os direitos e liberdades individuais. É responsável por proteger os cidadãos de ameaças externas e internas, por garantir o cumprimento das leis e por fornecer serviços públicos, como educação, qualidade ambiental, saúde e segurança. A forma como o Estado funciona em uma sociedade capitalista pode variar de acordo com o modelo específico de capitalismo adotado. Em alguns casos, o Estado pode ser muito forte e intervencionista, enquanto em outros casos, o Estado pode ser mais fraco e permitir mais liberdade para o mercado.
No capitalismo liberal, o Estado tem um papel limitado na economia, é responsável por proteger os direitos e liberdades individuais e por fornecer alguns serviços públicos essenciais, como educação e segurança. No capitalismo keynesiano, o Estado tem um papel mais ativo na economia, podendo intervir na economia para estimular o crescimento econômico ou para atenuar as consequências de crises econômicas. No caso social-democrata, o Estado tem um papel ainda mais ativo na economia, e pode fornecer uma série de serviços públicos, como educação, saúde e assistência social, para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a esses serviços. Atualmente, a maioria dos países do mundo adotam modelos econômicos mistos, com a presença de elementos capitalistas e socialistas. Nesses modelos, o Estado desempenha um papel variado, dependendo das necessidades específicas da sociedade.
No capitalismo, a sociedade é organizada de forma descentralizada, com a propriedade privada dos meios de produção. Os capitalistas acreditam que a propriedade privada dos meios de produção é a melhor forma de promover o crescimento econômico e o bem-estar social. Desta forma as pessoas são livres para viver suas vidas como quiserem, dentro das leis, e desde que tenham como se financiar. As pessoas são responsáveis por trabalhar para ganhar dinheiro e para atender às suas próprias necessidades.
Em uma sociedade capitalista a educação, a saúde e a segurança são geralmente fornecidas por empresas privadas ou organizações sem fins lucrativos, assim vai depender da capacidade da pessoa em financiar ou não a qualidade do estudo e sua finalidade ao mercado. O Estado pode fornecer alguns serviços, como educação pública e assistência médica, mas não é responsável por todos os serviços, cabendo a capacidade individual de cada cidadão em arcar com o custeio de suas necessidades. A justiça é baseada no estado de direito. Isso significa que todos são iguais perante a lei, independentemente de sua riqueza ou status social, e as regras são promulgadas através de uma constituição e códigos de leis, cabendo ao Estado a manutenção e funcionamento do sistema.
Os modelos alternativos ao capitalismo surgem em crítica às suas mazelas, ou seja, as suas consequências negativas, marcadas pelo aumento da desigualdade social e suas consequências, como a pobreza e aumento da violência. Na História o capitalismo não foi o único sistema econômico possível. Existiram discussões e até tentativas de implantar outros modelos alternativos Vamos conhecer alguns dos principais e que devemos estudar: o anarquismo, o socialismo e o comunismo.
O anarquismo é um sistema econômico e político baseado na ausência de Estado. Os anarquistas acreditam que o Estado é uma instituição opressora que deve ser abolida. A sociedade seria organizada de forma descentralizada, sem a existência de um Estado. As pessoas seriam livres para organizar suas vidas de forma autônoma. Elas poderiam se associar em grupos voluntários para realizar atividades comuns, como a produção de bens e serviços, a educação, a saúde e a segurança. A economia seria baseada na propriedade comum dos meios de produção. As pessoas trabalhariam juntas para produzir bens e serviços para atender às necessidades da comunidade. Não haveria lucro ou exploração. A educação seria pública e gratuita. Todos teriam o direito de aprender e se desenvolver. A saúde seria pública e universal. Todos teriam o direito de receber assistência médica, independentemente de sua capacidade de pagamento. A segurança seria organizada de forma comunitária. As pessoas seriam responsáveis pela sua própria segurança e pela segurança de seus vizinhos. A justiça seria baseada na autodeterminação dos indivíduos. As pessoas seriam responsáveis por resolver seus próprios conflitos de forma justa e equitativa.
O socialismo é um sistema econômico baseado na propriedade coletiva dos meios de produção através da administração do Estado. O Estado é responsável pela propriedade coletiva dos meios de produção. Isso significa que os meios de produção, como fábricas, terras e recursos naturais, são propriedade da sociedade como um todo, e administrados pelo Estado. Os socialistas acreditam que a propriedade privada dos meios de produção é a principal causa da desigualdade social.
O papel do Estado em uma sociedade socialista é garantir a igualdade, a justiça social e o bem-estar de todos os cidadãos. O Estado é responsável por coordenar a produção de bens e serviços, distribuir recursos de forma equitativa e garantir os direitos e liberdades dos cidadãos. Coordenar a produção de bens e serviços para atender às necessidades da sociedade através de um sistema de planificação central ou por meio de uma combinação de planificação central e mercado. É responsável por distribuir recursos de forma equitativa entre todos os cidadãos. Isso significa que todos os cidadãos têm acesso aos bens e serviços necessários para uma vida digna, independentemente de sua renda ou status social. E é responsável por garantir os direitos e liberdades dos cidadãos, como o direito à educação, à saúde, ao trabalho, à moradia e à segurança, assim como os direitos e liberdades em uma sociedade socialista A forma como o Estado funciona em uma sociedade socialista pode variar de acordo com o modelo específico de socialismo adotado. Em alguns casos, o Estado pode ser muito forte e centralizador, enquanto em outros casos, o Estado pode ser mais fraco e permitir mais autonomia para as organizações sociais.
No socialismo a sociedade seria organizada de forma igualitária, com a propriedade coletiva dos meios de produção controlada por um Estado. As pessoas seriam livres para viver suas vidas como quiserem, mas estariam sujeitas às regras e normas estabelecidas pela sociedade através do Estado. As pessoas seriam responsáveis por trabalhar para o bem comum e para o desenvolvimento da sociedade. A economia socialista seria baseada na planificação central, e o Estado seria responsável por coordenar a produção de bens e serviços para atender às necessidades da sociedade. Não haveria lucro ou exploração, e a educação, pública e gratuita, seria direcionada para atender as necessidades da sociedade como um todo. Todos teriam o direito de aprender e se desenvolver e a participar como cidadão. A saúde seria pública e universal, administrada pelo Estado. Todos teriam o direito de receber assistência médica, independentemente de sua capacidade de pagamento. E a segurança pública também estaria a cargo do Estado. O Estado seria responsável pela proteção das pessoas e da propriedade, garantindo justiça e a igualdade de todos perante a lei.
O comunismo é uma forma extrema de socialismo que defende a abolição da propriedade privada e da divisão de classes. Os comunistas acreditam que a sociedade deve ser organizada de forma igualitária, sem classes sociais e sem a existência de um Estado.
O Estado seria desnecessário em uma sociedade comunista. Isso porque, em uma sociedade comunista, a propriedade privada seria abolida e os meios de produção seriam de propriedade comum. Isso significaria que não haveria classes sociais e que a divisão do trabalho seria baseada nas necessidades da sociedade, e não no lucro. Nesse cenário, o Estado não seria necessário para proteger a propriedade privada ou para garantir a ordem e a estabilidade. As pessoas seriam livres para viver suas vidas como quiserem, e não haveria necessidade de um governo para controlar suas ações. No entanto, alguns teóricos comunistas acreditam que um Estado seria necessário em uma sociedade comunista durante um período de transição. Esse Estado seria responsável por garantir a transição da sociedade capitalista para a sociedade comunista.
Nesse período de transição, o Estado seria responsável pelas seguintes funções: Propriedade coletiva dos meios de produção: O Estado seria responsável pela propriedade coletiva dos meios de produção, até que as pessoas estejam prontas para assumir esse controle. Distribuição equitativa de recursos: O Estado seria responsável pela distribuição equitativa de recursos entre todos os cidadãos. Garantia dos direitos e liberdades: O Estado seria responsável por garantir os direitos e liberdades dos cidadãos.
Após a transição para a sociedade comunista, o Estado seria abolido. As pessoas seriam livres para organizar suas próprias vidas e para trabalhar para o bem comum. No entanto, é importante ressaltar que não existe um único modelo de comunismo. Existem diferentes correntes comunistas, cada uma com suas próprias ideias sobre como o Estado deveria funcionar em uma sociedade comunista.
As transformações que levaram ao capitalismo e aos modelos alternativos, como o liberalismo/capitalismo, o anarquismo, socialismo e comunismo foram influenciadas por uma série de pensamentos/autores. No campo do liberalismo-capitalismo, destacam-se: Adam Smith (1723-1790): considerado o pai da economia moderna, Smith defendeu o livre mercado como o melhor sistema econômico para promover o crescimento econômico e o bem-estar social. David Ricardo (1772-1823): Ricardo desenvolveu a teoria da vantagem comparativa, que defende que cada país deve se especializar na produção dos bens e serviços em que tem uma vantagem comparativa. Karl Marx (1818-1883): Marx foi um crítico do capitalismo, descreve seu funcionamento, aponta suas falhas e defende o socialismo como o sistema econômico que substituiria o capitalismo.
No campo do anarquismo, destacam-se os seguintes autores: Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865): Proudhon foi um dos primeiros autores a desenvolver uma teoria consistente do anarquismo. Ele defendeu a propriedade comum dos meios de produção e a organização da sociedade de forma descentralizada. Mikhail Bakunin (1814-1876): Bakunin foi um dos principais líderes do movimento anarquista. Ele defendeu o uso da violência para derrubar o Estado.
No campo do socialismo, destacam-se os seguintes autores: Friedrich Engels (1820-1895): Engels foi um dos principais colaboradores de Marx. Ele desenvolveu a teoria do materialismo histórico, que defende que a base econômica da sociedade determina sua estrutura social e política. Vladimir Lenin (1870-1924): Lenin foi um dos principais líderes da Revolução Russa. Ele desenvolveu a teoria do partido vanguarda, que defende que um partido revolucionário deve liderar a luta pela revolução socialista.
As transformações que levaram ao capitalismo e aos modelos alternativos foram um processo complexo e gradual. Essas transformações foram influenciadas por uma série de fatores, como o crescimento do comércio, o desenvolvimento da manufatura, a Revolução Industrial e as ideias de autores como Adam Smith, David Ricardo, Karl Marx, Pierre-Joseph Proudhon, Mikhail Bakunin, Friedrich Engels e Vladimir Lenin. Conhecer essas informações
É importante que estudantes do ensino fundamental aprendam sobre sistemas políticos e econômicos porque esse conhecimento é essencial para entender o mundo em que vivemos. Os sistemas políticos e econômicos moldam nossas vidas de muitas maneiras, desde como nos organizamos socialmente até como temos acesso aos bens e serviços. No dia a dia, o conhecimento sobre sistemas políticos e econômicos pode ser útil de várias formas. Por exemplo, esse conhecimento pode ajudar as pessoas a: (a) Entender as decisões políticas que afetam suas vidas. (b) Fazer escolhas informadas sobre como gastar seu dinheiro. (c) Participar da vida política e econômica de sua comunidade.
Por exemplo, esses conhecimentos que o professor produziu no texto para vocês poderá influenciar nas decisões do dia a dia, desde poder fazer escolhas mais informadas sobre como investir seu dinheiro, ao estudar mais a fundo o funcionamento do capitalismo. Pode estimular você a se preocupar com uma sociedade mais justa fazendo você participar mais da democracia, e poder participar mais ativamente do processo político. Assim como entender os fundamentos do socialismo pode fazer você não se envolver em movimentos que defendem informações erradas, ou que se voltam contra o Estado Democrático de Direito.
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