terça-feira, 16 de abril de 2024

Brasil: da República Oligárquica ao Golpe de 1930 - breve resumo


A República Oligárquica, período que se estendeu aproximadamente de 1889 a 1930, foi marcada por uma estrutura política dominada por poucas famílias poderosas, principalmente ligadas à economia cafeeira. Esse sistema político foi caracterizado pela prática do coronelismo, onde os grandes proprietários de terra, os chamados "coronéis", exerciam controle sobre o poder local e o voto dos eleitores.
O coronelismo se manifestava através de práticas como o "cabresto", onde os eleitores eram coagidos ou manipulados a votar nos candidatos indicados pelos coronéis, em troca de favores ou proteção. Essa troca de favores garantia a perpetuação do poder dessas oligarquias, que dominavam não apenas os aspectos políticos, mas também econômicos e sociais de suas regiões.
Um exemplo histórico marcante desse período foi a Política dos Governadores, onde o governo federal negociava com as lideranças locais a manutenção de seu apoio político em troca de autonomia administrativa. Isso fortalecia ainda mais o controle das oligarquias sobre os estados, reforçando a estrutura do coronelismo.

Neste contexto, a economia cafeeira vivia um período de grande prosperidade, impulsionada pelo aumento da demanda internacional. Isso resultou em um grande fluxo de imigração para o campo, principalmente de italianos e japoneses, enquanto muitos trabalhadores rurais migravam para as cidades em busca de oportunidades.

As oligarquias cafeeiras tinham grande influência sobre o Estado brasileiro, utilizando-o para promover políticas que beneficiassem seus interesses, como a modernização das cidades e a industrialização, visando principalmente a expansão da produção cafeeira e a exportação.
Neste período, surgiram movimentos sociais importantes, como o movimento operário, que lutava por melhores condições de trabalho e direitos trabalhistas. A questão dos negros e indígenas também era relevante, com políticas discriminatórias e a criação de instituições como a SPI (Serviço de Proteção ao Índio), liderada pelo Marechal Rondon, que visava assimilar os indígenas à sociedade nacional.

O movimento feminista também ganhava força, buscando igualdade de direitos e participação política para as mulheres. No entanto, o período foi marcado por diversas revoltas e conflitos, tanto no campo quanto nas cidades.

No meio rural, destacam-se o cangaço e os movimentos messiânicos, como a Guerra de Canudos e a Guerra do Contestado, que representaram resistências às condições de exploração e opressão.
Nas cidades, ocorreram revoltas como a Revolta da Vacina e a Revolta da Chibata, que refletiam insatisfações populares com as políticas do governo. Além disso, houve o declínio da chamada "República do Café com Leite", aliança política entre São Paulo e Minas Gerais, devido à ascensão do movimento tenentista, que contestava a oligarquia e o poder das elites.


Esses movimentos culminaram no Golpe de 1930, liderado por Getúlio Vargas, que pôs fim à República Oligárquica e inaugurou uma nova era na política brasileira, marcada pelo Estado Novo e por transformações significativas nas estruturas políticas, econômicas e sociais do país.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que rola na produção do conhecimento e no ensino de Sociologia?

E aí, beleza? Bora trocar uma ideia sobre a Sociologia, essa disciplina massa que não só faz a gente enxergar o mundo com outros olhos, mas ...